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Post Scriptum

 

O documentário 'The Naked Brand' sofreu, no Brasil, uma espécie de 'boicote transparente'. Ou seja, o boicote está lá, mas ninguém o vê - sendo, pois, 'culpa de ninguém' - ninguém viu tal boicote. Nem o filme. Essa foi a ideia, aliás. Tente encontrá-lo, na íntegra, em português... 

 

Este tipo de 'caça às bruxas' - prática que remonta, na autoria, na cultura e nos negócios, há nove décadas atrás, ao chamado 'macartismo' (em honra a Joseph McCarthy, senador 'patrulheiro anticomunista' americano) -, infelizmente, está ainda presente nos países menos desenvolvidos em termos de leitura crítica da mídia (media literacy) - como é caso do Brasil.

O - brilhante - roteirista Dalton Trumbo (autor do argumento - e diretor - do filme 'Johnny vai à guerra', 1971), recentemente homenageado em Hollywood, foi uma das vítimas, entre centenas de outras, daquela sanha - então engrossada pela gestão de J. Edgar Hoover, no FBI.

Parece que alguém (ou ninguém que possamos identificar) na 'grande mídia', decide o que devemos e o que não devemos ver. E isto acontece também na indústria editorial. Assim como quase ninguém conhece a tese - libertadora - por trás do filme 'The Naked Brand', muito pouca gente sabe quem foi Douglass North (1920-2015), prêmio Nobel de Economia no ano de 1993 justamente porque (é nossa tese) a sua teoria institucionalista - que adotamos e defendemos - é também uma mensagem iluminista e libertadora 'que não interessa difundir...'. Parece que alguém (ou 'ninguém', de novo) refuta a ideia de que mais nos institucionalizemos no Brasil.

As Relações Públicas - como campo de saber e fazer no Brasil - lutam por mais institucionalização e institucionalidade, afinal, sua missão, por lei (já que relações-públicas é a única profissão regulamentada na grande área da Comunicação no país) é a Comunicação Institucional.

 

Como contraponto aos que dizem que 'as instituições estão fortes e funcionando' em nosso país, afirmamos que é preciso mais, muito mais. Mas não mais instituições de Estado, e - sim - da cidadania, de instituições formadas por cidadãos em torno de causas. Sobre a singela tese de Douglass North - pura peça contracorrente: os decisores, em Economia, não fazem as suas escolhas com base apenas em econometria mas, sim - e principalmente - baseados em sua cultura, nas instituições que moldaram a sua formação e suas convicções. Nas palavras do próprio North - '... com as restrições humanamente concebidas que estruturam as interações políticas, econômicas e sociais...'.

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